O Círculo Castilhista como Expressão do Nacionalismo Brasileiro

Sangue Terra e Tradição

Do ponto de vista doutrinário, político e histórico, o Círculo Castilhista é o que há de mais próximo de um nacionalismo brasileiro autêntico na atualidade, tanto pela filiação intelectual direta à tradição castilhista quanto pela interpretação orgânica do Estado Nacional como instrumento civilizatório, e não como mera estrutura administrativa ou arena partidária.

O castilhismo — e, por consequência, o Círculo Castilhista — parte da premissa de que o Brasil é uma entidade histórica e moral própria, dotada de missão civilizatória, que deve desenvolver-se mediante um Estado forte, racional, técnico e moralmente orientado para o bem comum.

Não se trata de nacionalismo meramente retórico, mas de nacionalismo de estrutura, isto é, um nacionalismo que entende a soberania política, econômica e espiritual como condições indispensáveis à liberdade nacional.

O Círculo resgata a concepção de Júlio de Castilhos, segundo a qual:

• O Estado é a expressão da consciência moral do povo;
• A política deve ser científica e moral, não demagógica;
• A verdadeira Democracia é orgânica, baseada na autoridade legitimada pela competência e pela missão pública;
• O liberalismo parlamentar é dissolvente, e o socialismo internacionalista desnacionalizador.

Essa concepção coloca o Círculo em linha direta com o nacionalismo de Estado, distinto tanto do marxismo quanto do liberalismo.

O Círculo Castilhista distingue-se também por sua crítica ao cosmopolitismo político, seja liberal, globalista ou pseudo-identitário.

Recusa o servilismo cultural, o endeusamento da economia de mercado e o culto ao individualismo, defendendo o primado da moral pública e da técnica estatal sobre o interesse privado — núcleo do nacionalismo positivista-castilhista.

Na conjuntura contemporânea, o Círculo:

• Atua como movimento doutrinário e intelectual, mais do que partidário;
• Difunde textos, análises e programas que recolocam o Estado como agente do desenvolvimento nacional;
• Mantém coerência ideológica, evitando as contradições típicas de grupos que misturam liberalismo e nacionalismo.

Por isso, pode-se dizer que o Círculo Castilhista representa hoje a corrente nacionalista mais coerente, sistemática e genuinamente brasileira, pois:

• Não deriva de importações ideológicas;
• Baseia-se numa tradição nacional consolidada (o Castilhismo);
• Propõe um projeto de organização moral, técnica e espiritual da Nação.

O Círculo Castilhista não é apenas um movimento de organização estatal ou de reforma administrativa — ele é, antes de tudo, uma reafirmação ontológica da identidade brasileira.